Você sabe o é capim elefante. Se não sabe
deve imaginar o tamanho da gramínea. Planta-se não para servir de pasto, porque
é tão alto que o gado nem entra lá dentro para não se perder: o capim é
cortado, picado e colocado no cocho para ser consumido pelos ruminantes. Agora
imagine um campo de futebol plantado com capim elefante.
Estamos no lusco-fusco em um dia qualquer de
agosto na periferia de Goiânia, depois de três meses de seca. Aqui é o Centro
de Treinamento da EMATER-GO. O capim elefante está ao lado do prédio do
refeitório.
Ao
longe se observa uma fumaça. Logo aparece uma língua de fogo do outro lado da
capineira. Labaredas de mais de cinco metros lambe o capim elefante, ressecado
pela estia. Ao longe ouço a sirene do corpo de bombeiro. A noite está
chegando...
Foi neste momento que pude ter com clareza o
sentido do tempo em nossas vidas. A área queimada, devastada pelo fogo,
representava o passado: os animais não mais teriam como comer daquele capim. O
capim ainda intacto, ainda poderia servir de alimento para o gado, e assim
produzir leite e carne. Mas o fogo é o presente: a cada segundo vai comendo
pouco a pouco toneladas de capim vai sendo consumido até que todo capim
elefante levando consigo o futuro. Então o fogo se apaga. E o tempo presente deixa
de existir.
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