quarta-feira, 30 de abril de 2014

CONJUNTURA MUNDIAL: O BRASIL ESTÁ NA BERLINDA E A COISA ESTÁ MUITO SÉRIA!



              Depois da queda e desmembramento da União Soviética o mundo que era bipolar tornou-se hegemônico. O mundo passou a ser dominado por uma oligarquia financeira global, não posso dizer internacional, mas sim cosmopolita. Pois era liderado pelo capital norte-americano, porém, com vários centros de irradiações, o mundo tornou-se "globalizado" (nunca internacionalizado!). Esta oligarquia americana e européia com o Japão incluído concluíram que os estados (países) estavam bloqueando seus interesses, daí surgiu a idéia do neoliberalismo. A convivência entre os estados e a globalização até que era saudável, pois interagiam através de uma correlação dialética compatível com nível social e tecnológico atual. Porém o neoliberalismo mimava a pouca resistência que os países pobres exerciam sobre o poder de dominação das nações mais ricas.

            A única voz destoante ao neoliberalismo era a China, onde imperava um capitalismo monopolista de estado de cunho nacionalista. Este país, embora tenha se aberto aos investimentos estrangeiros, ainda preservou o socialismo como formação socioeconômica predominante. A china crescia anualmente próximo aos dois dígitos, e logo se tornou a segunda economia do mundo, porém estava muito longe de se contrapor a hegemonia norte-americana.

            Foi então que chegou 2008. Inicia-se a maior crise do sistema capitalista desde 1929. Chegamos a 2014 e a crise está por aí, causando suas feridas. Europa estagnada, com alto índice de desemprego, americanos vendo suas poupanças se diluindo, pessoas perdendo bens para os bancos. Aumento de doenças tropicais entre a população mais pobre.

            A China vê nesta crise uma oportunidade de aglutinar em torno de si países de desenvolvimento médio, com grande população com influência política e econômica sobre os países vizinhos, pouco desenvolvidos. Assim formou-se os BRICS. Para o Brasil ser importante nos BRICS é fundamental que o MERCOSUL e a UNASUL funcionem.

            Uma parte da oligarquia financeira internacional aposta nos BRICS, pois temendo que é cada vez mais plausível um total colapso financeiro mundial, sem volta, os BRICS poderiam significar uma sobrevida para o capitalismo mundial. Outra parte aplica seu capital onde é mais seguro e rentável. Portanto a formação dos BRICS não é uma ação que se limita a iniciativa de cinco países, é muito mais que isso!

            Entender o processo descrito acima é fundamental para qualquer um que queira se nortear sobre a política atual no Brasil. Fundamentalmente para aqueles que se julgam intelectuais e formadores de opinião.

            Os brasileiros devem escolher nas próximas eleições entre duas opções: a primeira é continuar sendo o cão de guarda da América Latina. Um país com nível médio de desenvolvimento, com influência regional, com grandes problemas sociais como alto índice GINI na distribuição de renda, com IDH alto, porém bem abaixo de muitos países da América Latina como Cuba e Uruguai. Problemas com educação, saúde, com desenvolvimento tecnológico altamente dependente. Vivendo da exportação de commodities, etc.

            A segunda opção é tornar-se uma potência regional, influenciando os países visinhos se impondo de forma menos agressiva que os EUA e Europa. Desta forma trazendo-os para nossa área de influência. Então é imperialismo? É!... Afinal vivemos em um mundo burguês, capitalista. Para alcançarmos esta posição precisamos de uma política externa e outra interna. Como política externa temos que fortalecer os BRICS, o MERCOSUL e a UNASUL, tentando atrair os países membros deste último para o MERCUSUL.

            Os países dos BRICS, se quiserem obter sucesso na empreitada de se tornar um contraponto para hegemonia Norte Americana, levando o mundo novamente a bipolarização (desta vez sem guerra fria! Espero!) deverão trabalhar de forma solidária, em regime de cooperação mútua. Portanto a China jamais vai querer dominar o Brasil, nem interferir na política interna. O mesmo deve fazer o Brasil com a Rússia. Porém jamais deve tomar partido contra a Rússia no caso com a Ucrânia, por exemplo, aceitando impor algum tipo de embargo. São países muito heterogêneos, eu concordo. Mas a necessidade faz o sapo pular. Mas o Brasil vai, forçosamente, ter que passar por algumas transformações. Melhorar a educação, erradicando inclusive o analfabetismo, assim como elevar o nível de escolaridade da população. Terá que formar um grande numero de técnicos e profissionais de nível superior, para que possa desenvolver tecnologia própria para os mais diversos setores do conhecimento humano. Haverá exigência quanto a melhoria da qualidade da saúde, tanto curativa, quanto preventiva. Para isto será necessário melhores habitações, saneamento básico e etc. Ou seja, se quisermos optar por um desenvolvimento independente aproveitando-se dos BRICS, teremos que aumentar nosso IDH. Um país grande como o nosso terá que investir muito em logística, portos eficientes, aeroportos modernos, mais estradas de rodagem e de ferro, ligando os pontos de produção aos locais de consumo. O consumo interno em todos os países dos BRICS provavelmente vai aumentar para compensar de forma estratégica o crescimento da produção, compensando eventuais crises nas exportações.

            Viver, politicamente, como vivemos hoje será, a médio prazo impossível. Portanto deverá haver uma profunda reforma política que levará a uma queda no nível de corrupção nos órgãos governamentais. Uma nova e moderna lei da mídia deverá ser aprovada, pois a atual é da década de sessenta. Não só a Argentina, nas países como a Inglaterra aprovaram recentemente uma nova lei, sob os berros dos grandes jornais e rede de TV.

 
            O leitor tem duas opções. A primeira é não permitir que os BRICS se organizem e permitir que continuemos sob hegemonia norte-americana. Apesar do nome "Partido da Social Democracia Brasileira", a vanguarda do neoliberalismo está no PSDB. Teremos a política do "estado mínimo", onde o Estado não deve se meter em assuntos econômicos. O Banco Central deve ser independente e gerido apenas por empresários. Qualquer tipo de empresa estatal deve ser privatizada, mesmo a Petrobrás. Não deverá haver nenhuma barreira alfandegária, como cobrança de altos impostos de importação para proteger a economia local, ou subsídios para exportação. Vamos voltar, em alguns aspectos, a época de Fernando Henrique. Pouco investimento em educação, saúde, ciência (importaremos tecnologia, pois é mais barato), moradia. Isto porque não é interessante qualquer tipo de proteção a economia de uma país ou sua população. Se é mais barato comprar no exterior, porque pagar mais caro desenvolvendo tecnologia? "Se pagarmos pouco pela não de obra podemos fabricar aqui! Se está cara, vamos fabricar lá fora!"

            Já a outra opção não é necessariamente sempre neoliberal, já que o objetivo é o desenvolvimento de países ditos emergentes, onde ainda é possível aumentar o consumo pela inclusão social. Isto causa a melhoria de vida da população, principalmente a mais pobre.

            Tudo começou quando Lula resolveu, depois de perder várias eleições, buscar apoio junto à burguesia nacional para se eleger em 2002. Estes empresários queriam investir no Brasil (sem prejuízo de suas aplicações e investimento no exterior, é claro) contrapondo a política neoliberal do FHC. Lula fez uma política de inclusão social e diversificou o mercado, de modo que hoje o nosso maior parceiro deixou de ser os EUA e passou a ser a China. A Rússia, que sofreu com a queda da URSS, também se apoiou na China, criando as bases para os BRICS, com a inclusão da Índia e da África do Sul. Para este processo o partido mais confiável é o PT, que como todo partido social democrata (o PSDB, apesar do nome, é liberal) é nacionalista e que defende os interesses da burguesia nacional. O PMDB não tem uma ideologia, portanto não pode estar na vanguarda do processo.

            O PSB que era um partido pequeno, que estava crescendo, tentou tomar um caminho independente pois se achava ofuscado pelo PT. Perdeu muitas lideranças favorável ao atual governo. Hoje é apenas uma opção para apoiar o PSDB no segundo turno.

           

sábado, 26 de abril de 2014

FALANDO DA LUA

Desde 1969 a Lua perdeu parte de seus encantos. Aliás, desde 1961. Quando Yuri Gagarin sobrevoou pela primeira vez no espaço. Antes a Lua era de todos nós. “Patrimônio da Humanidade”. A Lua era o umbigo da Terra. Um umbiguinho tão lindo como o umbiguinho das adolescentes. A Lua se mostra quando quer. Nos dias nublados ela não aparece, na lua-nova. Ela não aparece. Às vezes surge como minguante, outras vezes como crescente. Mas é quando ela está cheia é que mora toda magia! Toda mística envolvendo a Lua. A Lua não é morta e nem deserta, como dizem os cientistas. A lua é viva, pensa como nós e tem poderes sobrenaturais, como conhecem os sábios. A Lua de Armstrong não é a nossa Lua. É outra Lua, inventada pela NASA para ser mais um objeto de consumo, nesta sociedade de consumo. A nossa Lua é comunista! É uma só, mas pertence a cada um de nós. Cada cidadão da terra tem uma Lua. Uma lua só sua! De mais ninguém!...
Hoje, sete de fevereiro de 2012, às 21 horas, levante seus olhos para os céus do Rio de Janeiro e descobrirá o quanto são torpes as religiões Judaico-cristã, com seu monoteísmo do “Deus-dos-Exércitos”, e quanto é cego o materialismo racionalista comtemporâneo, que vem a lua como um pedaço de rocha, de grandes dimensões, flutuando no espaço. Observe se aquela figura brilhante e rotunda, não lhe confere, como por mágica, paz, felicidade, inspiração para viver. A Lua é sim. Como nos alertavam os povos antigos, uma deusa! Com todos os encantos, com toda a mística que requer uma deusa de verdade!

POLÍTICA DOS CONCHAVOS E DOS CACIQUES




            Diziam que a antiga União Soviética não era democrática por haver apenas um partido político, o PCUS. Na época na República Democrática Alemã, haviam três partidos e na Polônia e na Tchecoslováquia, se não me engano, cinco cada um. Nos EUA existem muitos partidos locais e regionais, mas nacional mesmo, apenas dois: Os Democratas, que é o partido das oligarquias financeiras e do capital produtivo, e os Republicanos, que representa as oligarquias financeiras e o capital produtivo. Não me enganei! Ambos representam os mesmos setores da sociedade americana. Caso raro é a do Brasil, onde não existem partidos políticos.

            Por aqui, em algum local geográfico se forma uma "panelinha", que a nível regional se junta a outras panelinhas para se formar uma "panela". O chefe da panela é o "cacique local", normalmente um deputado. As panelas vão se juntar a outras, até a nível estadual formar o "panelão", comandado por um cacique de terceira grandeza. Os panelões se juntam a nível federal e escolher uma "legenda" formando um conchavo, reunidos em torno do cacique de segunda grandeza (alternam entre o governo de um estado e o senado). Dentro de uma legenda como o PMDB, pode haver vários conchavos, isto vale para o PSDB e até certo ponto, também para o PT. Os conchavos reunidos dentro de uma legenda e somado com os conchavos de pequenas legendas, formam o "conchavão", liderado pelos caciques de primeira grandeza (senadores, governadores e presidente da república).

            As legendas não podem ser chamados de partidos políticos, pois a cada eleição as panelas e os conchavos se reorganizam entre as legendas.

            Com o aumento da importância do Brasil no cenário mundial, a nossa política não pode continuar assim, por isto alguns mecanismos de defesa das legendas vem sendo impostas primeiro pelo STF, como a fidelidade partidária, para depois o congresso regulamentar com muito mal humor. Para os deputados e senadores não há interesse de mudanças pois eles chegaram ao poder pela política dos conchavos e ninguém garante que com partidos políticos fortes eles seriam reeleitos.

            A solução é uma grande mobilização popular para exigir a instalação de uma constituinte para promover ampla reforma política e judiciárias (a reforma deve envolver os três poderes!) para fortalecer não só os partidos, mas para termos congresso capaz de fazer leis que facilitem a vida dos cidadãos, um executivo menos burocrático e uma justiça mais ágil e com menos impunidade.