quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

REMORSO

Era uma menina,
mais criança que adolescente.
Ofereceu-me balas, eu não comprei ...
Sua voz cândida, como gorjeio,
Suplicou-me qual canto de um cisne:
- Compra-me balas, senhor!?
E eu não comprei ...
Seus cabelos eram de ouro,
Olhos celestiais.
Personagem de um romance
ou contos de fada?
Mas eu não comprei! ...
Seu vestido pobre, porem limpo,
Cobria toda a extensão
De seus onze anos.
Ninguém comprou balas! ...
Triste deitou-se na calçada,
E pediu às estrelas que lhe avisasse,
Se chegasse o bicho-papão.

O vento varria a calçada,
As nuvens cobriram as estrelas.
A chuva chorava cheia de paixão
Das mazelas do mundo.
O frio veio trazer melancolia.
A menina tremia de febre e de medo.
O bicho-papão levou-a, para não trazer jamais!
E eu não comprei suas balas! ...

EU ERA UM ...

Eu era uma criança,
Eu era um menino.
Sonhei ser um rei um dia,
Sem saber que o Rei tinha medo do povo.
Sonhei matar um dragão,
Sem saber que o dragão podia me comer.
Sonhei um dia ser poeta,
Sem saber que teria que sofrer.

Eu era um menino,
Eu era um jovem.
Sonhei conquistar terras,
Sem saber que o mundo é grande.
Sonhei mudar o mundo,
Sem saber que o mundo é indomável.
Sonhei ter um grande amor,
Sem saber que o amor é algo tão pequenino.

Eu era um jovem,
Eu era um homem.
Sonhei ficar rico, milionário,
Sem saber que a riqueza afugenta a paz.
Sonhei ser um sultão com meu harém,
Sem saber que as mulheres tinham vontade própria.
Sonhei ser um grande sábio,
Sem saber que para isto teria que aprender muito.

Eu era um homem,
Eu era um velho.
Sonhei com a fonte da juventude,
Sem saber que havia passado por ela sem beber.
Sonhei em viver eternamente,
Sem saber que a eternidade é tediante.
Sonhei começar tudo de novo,
Sem perceber que sonharia os mesmos erros.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Versos a Quatro Mãos.

Meu filho chegou com uns dois versos prontos e me pediu parceria para fazer um "soneto em decassílabo", para mostrar para o professor de Português. Nos sentamos junto ao computador e saiu isto:


MEU AMOR POR TI

Eduardo (12) e Carlos (pai)

Quando te vi pela primeira vez
Uma ardente paixão me enlouqueceu!
Senti você dentro de mim, e me doeu.
Eu só penso em você a mais de um mês!

Te adoro, e não sei como falar.
Quando te vejo minhas pernas tremem.
Quero dizer-te, meu coração teme
Ouvir tu declarares não me amar!

Teus olhos têm o brilho de uma estrela
Teus lábios têm a doçura do mel.
Essas mãos tão belas, quero tê-las!

Meu Deus! Eu perco de Vez o juízo!
Com seu amor eu estarei no céu.
Contigo me sentirei no paraíso!
Meio infantil mas com boa técnica!

KARL MARX AINDA NÃO MORREU!

Somos mais de seis bilhões de viajantes no planeta Terra. Há cinco bilhões de anos a Terra era uma jovem bola de fogo, brincava de girar em torno da mãe, Sol, como uma criança travessa. Depois foi esfriando, esfriando até se tornar cascudo e rochoso. Depois de chuvas torrenciais, ocasionado, principalmente pelas baixas temperaturas, formou-se os mares e o nosso planeta trocou ne novo de roupa, agora feito de água. Como surgiu os primeiros seres vivos, existem varias teorias, mas é certo que o mundo, que até então era inerte, transformou-se em "Gaia - o Planeta Vivo". Os seres vivos dominaram a terra e Gaia foi ficando cada vez mais viva. Mas havia uma quatão: Gaia vivia, mas não sabia que existia! Foi aí que apareceu o Homem e a Terra passou a ter a consciência de que existia.
Todos os irmãos da Terra, desde Mercúrio até Plutão, sugiram em algum momento e seguiram seus proprios destinos. A nossa Terra, a cada novo desafio, causados por problemas em seu próprio seio como resfriamento, mudanças na atmosfera etc. tentava se segurar até que, em um dado momento, mandava tudo às favas e dava um salto de qualidade (solidificando-se, enchendo-se de água, o aparecimento de seres vivos e do homem) e mudava tudo.
Para evitar polêmica não vou falar sobre a humanidade, muito menos sobre o capitalismo. Mas observem que as teorias modernas sobre o desenvolvimento de nosso planeta mostram uma visão Materialista e Dialética sobre a natureza. Depois de quase um século e meio o livro "Dialética da Natureza" de K. Marx e F. Engels, ainda dá um bom caldo, não é?