domingo, 6 de junho de 2021

LULA SERÁ O CANDIDATO DO SISTEMA? CONSIDERAÇÕES FILOSÓFICAS.

 


O capitalismo contemporâneo é um sistema orgânico único e global. Aliás, a sociedade humana sempre evoluiu de forma muito semelhante ao que acontece com os seres vivos na natureza (porém não igual! É só uma analogia). Os núcleos sociais e econômicos deixaram de serem unicelulares formados por um pequeno número de indivíduos aparentados ou agregados, para uma grande sociedade global. À semelhança de sistemas vivos, possuem sistema nervoso, que reage ao ambiente que a cerca. Porém estas reações na maioria das vezes não são racionais. Não possuem um planejamento e um objetivo estratégico. Semelhante ao Darwinismo as mudanças sociais ocorrem inicialmente em pequenos lances (pequenas mutações) que pode dar maior ou menor vantagem sobre os outros grupos sociais. Se as mudanças forem vantajosas, o grupo social submeterá ou mesmo exterminará os outros grupos próximos. Caso contrário, deixarão de existir ou serão oprimidos pelos outros grupos. Em determinado momento as mudanças serão tantas que o grupo social não poderá ser classificado como antes. Com o advento da agricultura e da pecuária as tribos se aglomeram nos primeiros centros urbanos e passam a utilizar a mão de obra escrava. Assim se sucedem as diversas formas de formações socioeconômicas como o feudalismo e o capitalismo. Estas transformações acontecem de forma independente da vontade deste ou daquele governante e nenhum grupo social pode prever, de forma exata, a médio e logo prazo, como e quando vai acontecer.

Voltando ao início. O capitalismo contemporâneo, apesar da rede mundial de computadores, não é um organismo dotado de inteligência. Não é capaz de prever e planejar em longo prazo. Como uma grande ameba reage mais a estímulos do que de forma racional.

Bom! Até aqui eu tracei um paralelo entre o darwinismo e o marxismo. Isto porque as ideias de Karl Marx ainda é um tabu, enquanto que a teoria da evolução de Charles Darwin está consagrada na sociedade burguesa. Porém, no estagio atual do conhecimento humano, as proposições sobre história e sociologia só são científicas se forem analisadas sob a ótica marxista.

E o Lula? Onde entra nesta história.

Agora vou sair do “materialismo dialético” para entrar um pouco na “teologia”. A esmagadora população mundial, em particular no ocidente, profere uma das três religiões monoteísta. Cristianismo, islamismo e, em menor número, o judaísmo. Um dos grandes dogmas destas crenças e o culto a um único deus. O culto ou adoração a qualquer outra entidade ou objeto é algo radicalmente proibido. Faz sentido. Para Deus a dialética não se aplica. Ele é imutável no tempo e no espaço. Deus é um ponto de referência newtoniano para estas religiões. Isaac Newton versus Albert Einstein. Dois anos antes de formular a teoria particular da relatividade, em mil novecentos e três, o físico alemão reunia em sua casa amigos para estudar o pensamento de seu compatriota Karl Marx.

Como eu tentei explicar não podemos esperar uma reação racional do “mercado” obre a candidatura de Lula. O capitalismo contemporâneo não é um organismo inteligente. Tudo que faz é fruto de seus instintos. Portanto não é paradoxal que as mesmas forças que derrubaram o Governo de Dilma Rousseff e mandado Lula para a prisão agora o apoie para um novo mandato à presidência.

Como as forças progressistas devem reagir com relação a possibilidade de uma candidatura Lula?

Primeiro lugar precisa-se saber quem somos nós neste organismo global. Como a esquerda e os comunistas no Brasil se inserem neste organismo. Isto é tema para reflexão.

O certo é que o capitalismo sob a hegemonia norte-americana está agonizando. Somente a OTAN segura os Estados Unidos na vanguarda do capitalismo contemporâneo. É uma situação que não pode perdurar para sempre. A Europa e países como Japão, Canadá, Austrália, e outros, precisarão andar com as próprias pernas. A Rússia, assim como a maioria dos países não europeus que formavam a União Soviética, assim como o Irã, grande parte dos países asiáticos, hoje estão se alinhando com a China. A Europa precisa ter relações independentes dos Americanos no relacionamento econômico com a China e com a Rússia. Mas se os Estados Unidos estão perdendo mercado na Zona do Euro por falta de competitividade com relação à China, eles precisam de novos mercados.

O mundo se tornou multipolar. Embora os grupos oligárquicos mundiais não reconheçam formalmente, eles têm pleno conhecimento da situação. Sabem que todos os passos para uma nova ordem mundial devem ser feito com muito cuidado para não botar a perder todo sistema capitalista em uma crise sem volta. Colocar o Brasil como pária dos Estados Unidos não necessariamente interessa mais aos grupos que antes eram hegemônicos. O Grande País do Norte não pode viver de capital improdutivo, nem de dinheiro virtual. O virtual é o reflexo do real, como nos espelhos. Dependendo de o espelho ser côncavo ou convexo, a imagem virtual será maior ou menor. Mas se não existe o real, o virtual se desmancha no ar. A América Latina é a última fronteira do imperialismo norte-americano. Para aonde for o Brasil, vai toda a América Latina. A desindustrialização dos Estados Unidos é uma realidade. Apesar do alto nível de desemprego, a mão de obra é muito cara. É paga em dólar! Portanto a simples pilhagem dos recursos naturais de países colonizados não satisfaz as condições para o desenvolvimento da matriz. É preciso explorar o proletariado alheio. Nas últimas décadas do século passado foram criados os chamados “tigres asiáticos”, onde o trabalhadores passaram a ser super-explorados. Hoje a própria China tem um bom controle econômico destes países. Índia, Japão e Indonésia, três países entre os dez maiores PIB do mundo, estão tão economicamente atrelado ao poderio chinês, quanto às potências europeias, como Inglaterra, França e Alemanha estiveram economicamente ligados à economia norte-americana na segunda metade do século passado.

É hora de o Império cultivar em seu próprio quintal. Começando pelo Brasil. Lula não é o candidato ideal do mercado, mas continuar com o atual morador do Palácio da Alvorada pode sair caro para as pretensões do mercado. O que caberia a esquerda fazer? Acredito que não podemos radicalizar demais, pois tornaríamos a candidatura Lula inviável. Nem podemos deixar que as “forças hegemônicas” o engulam totalmente, de modo que depois das eleições, sob a pressão do povo, possamos voltar às políticas de inclusão iniciadas na primeira década do milênio.

Devemos fazer mais! Precisamos, já em vinte e dois, construir uma candidatura sólida para disputar o ano de vinte e seis. Esta sim, sob o comando das forças verdadeiramente progressistas

domingo, 9 de maio de 2021

A ALEGRIA DE SER MÃE E SEUS MOMENTOS FELIZES NA PANDEMIA

 EM HOMENAGEM A ESTE DIA NOVE DE MAIO DE 2021, DEPOIS DE UM ANO DE PANDEMIA. TRAGO ALGUMAS RECORDAÇÕES DE NOSSOS ANJINHOS NESTE PERÍODO.