O ESCULTOR

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Eu não vejo nada: é só uma tora de madeira!
Mas ele sabe, por que ele vê.
Lá dentro há uma imagem de uma mulher.
Espremida, sufocada.
Lá dentro há uma imagem de uma mulher
Cercada de madeira por todos os lados.
A Menina precisa respirar!
A água, o fogo, o tempo.
Cuidado! Ela pode morrer.
Há uma imagem de uma mulher lá dentro.
Ele sabe, por que ele vê.

CHORE MENINO

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Chore menino,
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Que vida foi feita para gente lutar,
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Mas a gente pode apanhar.
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Chore mas chore baixinho,
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Para ninguém te escutar.
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Mas desforra ainda existe.
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Pode acreditar!

A NINFA

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Fui para bem longe para ver uma ninfa:
Uma ninfa das águas.
Ouvi sua voz nos sussurros de amor dos ventos
Sentia seus beijos nas ondas do mar,
E também seus abraços nas quedas dos rios,
Sentia seu corpo juntinho ao meu
Enquanto nadava nas represas.
Fui para bem longe para ver uma ninfa.
Tolo que fui percorrer tantas léguas
Não se pode ver uma ninfa, se ela é invisível?
Voltei feliz! Não nos vimos, mas nos amamos!

FAROL

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Minha nau cortando as águas
Pode bater em um atol.
Preciso achar nas suas mágoas
Porque apagaste o farol?
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Voando no céu escuro,
Sem uma estela a brilhar,
Olho ao redor e procuro
Uma luz para iluminar!..........Uma tempestade caiu!
Os pirilampos morreram.
Minha cidade dormiu.
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Uma luz vi cintilar,
Única no mundo escuro:
O brilho de teu olhar!...
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(Escrito em 1970)

MINHA CANÇÃO

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Eu conheço tantas canções bonitas,
Que nem sei dizer qual a mais bela.
Mas eu tenho uma canção dentro de mim,
Que é assim, como todas as canções do mundo
Se juntassem em uma só à sinfonia da natureza.
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E um coro canta, sempre, sempre.
Desde a aurora até a noite!
Eu tenho uma canção dentro de mim que é tão bonita
Que eu queria que nunca mais terminasse!
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(começada em 1972 e finalizada e 2008)

CANTIGA POR MARIANA

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Jurei não mais chorar, que chore o pinho.
Lágrimas de fazer dó,..., lá, mi, re.
Um violão só chora por uma mulher,
Por seu amor, saudades de seus carinhos.
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“Vem Mariana, vem! Largue seu recato”
Chamava o homem bom, o mau, o velho, o novo.
Vem Mariana! Cantava impaciente o povo.
Murmurando qual água de um regato
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Mas Mariana não veio e o pinho chorou!
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(começada em 1981e finalizada e, 2008)

A CRIAÇÃO DA MULHER

Deus tinha dois ajudantes,
Deus tinha dois assessores:
Gabriel e Lúcifer.
Lúcifer e Gabriel.
Deus criou o mundo.
Os arcanjos ajudaram a criar o mundo.
Deus criou o homem
Os dois opinaram como seria o homem.
Na sua ultima criação, a mulher,
Deus já estava exausto.
Gabriel distraiu-se com as borboletas.

A seda em seus cabelos,
Ou o brilho em seu olhar?
Foi mesmo criação Divina?
Quem umedeceu o rubor de seus lábios,
Para que a tentação morasse em sua face?
Será que foi mesmo Ele?
E os seios? O manancial da cria
Transformou-se em nádegas frontais.
Redondo, tenros e geminados.
Quem sugeriu que fosse assim?
Deus? Gabriel?
E o umbiguinho? E o umbiguinho?
A cicatriz no meio da barriga.
Um enfeite erótico, um botão.
Como tantos botões eróticos!
Gabriel não pensaria nisto!.

A barriga, a almofada fofa.
Travesseiro que mexe e remexe.
Enchendo de sonhos a cabeça dos homens.
Uma barriga com umbigo no meio.
Foi mesmo inspiração de Deus?

A cintura, as cadeiras.
Meneiam como uma serpente
Hipnotizando a presa que quer devorar.
Nós somos a presa, nós somos a caça!
Quanta perversidade de quem criou!.

O púbis de pele macia. Pelos finos!
O Púbis que nos enche de sonhos
Nos enche de imaginações
E tentações de viajar um pouco abaixo.
Quem inventou as tentações?

A bunda e as duas bandas.
As bandas belas da bunda!
Doença que nos sufoca
E acelera o coração.
Quem criou as enfermidades?

Os grandes lábios que escondem os pequenos:
É a tentação pelo simples prazer da tentação.
A obra prima da mortificação dos homens.
Quem os criou entende de desejos e ambições.

É o pecado
pelo simples prazer do pecado.
É a morte eterna da alma
Mas é a vida do corpo!
Efêmera... mas que vida!

Que bom que Deus cochilou e Gabriel foi caçar borboletas!

Escrito em 2007

AINDA NÃO MORRI.

Aguardem! Tão logo eu arrumar um tempinho volterei a publicar neste blog.

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PINGO D'AGUA NO NARIZ

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Uma pequena gota,

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Que caiu do sideral.

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Vem ela sigela e rota,

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prá pousar no meu nasal!

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