quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

AQUELE MEDO LATENTE

A única coisa certa na vida é a morte. Toda criança sabe disso! Daí vem o medo. O medo de sentir-se órfão. Um medo de um dia chegar no quarto da mamãe e encontrá-la morta, saindo milhares de insetos pela boca.



Medo de encontrar o bicho papão de baixo da cama. Quantas vezes nos ocorre a idéia de que podemos morrer dormindo. Quem sabe “a magra” não está escondidinha bem debaixo de nossa caminha.



Ou então, quem sabe, a Caetana não está dentro do nosso próprio guarda roupa? Só esperando a gente dormir para pegar a gente.



E aqueles bichos enormes que nos enchem de asco? Imagine você acordar com uma caranguejeira gigante passeando na sua barriga.



Nem assistir televisão, tranqüilos, a gente pede. Às vezes o bicho papão está atrás do sofá.



O certo é que quando crescemos conseguimos dominar o medo. Podemos dominá-lo, amansá-lo, mas matar nosso medo jamais. O Bicho Papão sempre vai nos acompanhar por todo lugar por onde for. Nos momentos de solidão, às vezes nos lembramos dele com pavor. Mas depois deixamos de nos preocupar com ele. Um triste e tempestuoso dia, eis que ele nos pega e nos engole!...

Ninguém usa a razão para lidar com este fato. Acha que depois da morte virá um mundo maravilhoso que ninguém ainda conseguiu demonstrar. Ou finge que não existe ou fez um pacto com a morte para viver muito.


Eu já me decidi desde criança: Não vou morrer nunca. Já avisei a magrinha, a Caetana. Ela não me disse nada!...













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