sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A REGRA É CLARA!

Como é do conhecimento da maioria de vocês, meu pai foi preso durante a ditadura e torturado por alguns militares no DOI-CODI. Nesta época eu estudava na União Soviética. Meu pai depois foi entregue à Polícia Federal, onde foi julgado: pegou dois anos. Anos depois fiz um concurso público e fui trabalhar como “Agente Administrativo” na Polícia Federal. Antes de ser “investigado”, “confessei” toda minha história aos meus novos colegas, já que eu estava garantido pela “lei da anistia”.

Um Delegado de Polícia Federal me disse uma coisa, quase que se desculpando, sobre a prisão de meu pai. Uma coisa que não me sai da cabeça:

“Nós, policiais, temos que ser legalistas. Não importa de a lei esteja certa ou está errada. No momento,tenho comigo dezenas e inquéritos sobre retirada fraudulenta do PIS. Um determinado senhor, assinou a autorização para o pagamento. Eu sei que ele não ganhou nenhum tostão por isso. Quando ele foi transferido para aquela seção lhe disseram que uma de suas funções era assimar aquele documento e ele apenas executava o trabalho. Ele foi indiciado trinta vezes, será julgado, provavelmente será condenado e preso. É a lei!”

O nosso  governador (e o dos outros, também) para ser eleito recebeu financiamento de campanha (legal e registrado no TRE) de grandes empresários em troca de realizar suas reivindicações, que, nem sempre são as mesmas que a do povo fluminense, nem do funcionalismo estadual. Os altos gastos com a Copa e com as Olimpíadas colaboram para minar o orçamento do Estado. Devido a Lei de Responsabilidade Fiscal o Estado tem que “fechar a burra”. Como o governo não pode ficar em falta com seus “colaboradores de campanha” e nem com os compromissos com os eventos esportivos, a saída é economizar na saúde, educação, pesquisa e desenvolvimento. Com relação à segurança, trata-se do calcanhar de Aquiles. A segurança tem melhorado ao  investir nas UPPs (exigência da FIFA e do COI), que exige um contingente muito grande. Desta forma dentro do orçamento, não há como pagar um soldo muito alto para estes policiais militares.


Mas o problema é que um policial militar não tem direito de greve, aqui, nos Estados Unidos e na Coréia do Norte. Em nenhum lugar do mundo seja por mais democrático ou ditatorial que seja, militar não faz greve, faz motim! E motim é motivo de punição em todos os recantos deste planeta. Aqui não se trata de um conceito ideológico é uma condição para a existência de um Estado, que exista um órgão de defesa e repressão. E quem pertence a este órgão tem que estar disposto a morrer para defender a pátria e as leis: Ou aceita a disciplina militar ou é um desertor ou amotinado! (dura Lex, sede Lex!) A terceira opção é pedir baixa da corporação.


Na realidade não existe a necessidade de uma polícia militarizada fazendo contraponto com outra civil. Deveria haver apenas uma polícia civil, sendo que uma parte seria uniformizada e faria o policiamento ostensivo e outra parte elaboraria os inquéritos, baseado nas perícias e investigações, para serem encaminhadas à Justiça. Aí, sim! O Policial responsável pelo policiamento ostensivo do Estado teria o direito legal da greve!







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