Quando eu entrei para o jardim de
infância, com seis anos, eu já era alfabetizado. Como fui o melhor aluno da
turma no primeiro semestre, ganhei uma medalha. Mas tanto chorei e esperneei
que deram a medalha para o segundo colocado. No início do segundo semestre me colocaram
na primeira série. Chorei e esperneei e me deixaram no jardim. Um mês depois
abandonei o jardim de infância, pois havia um complô para me prepararem para estudar
na segunda série no ano seguinte.
Com sete anos minha mãe me
matriculou na primeira série. Fiz bagunça o ano todo e orgulhosamente fiquei em
segundo lugar na provas finais. No terceiro e no quarto ano, meus colegas de
turma vieram dizer a minha mãe que eu tirava as melhores notas, e que eu era o
melhor aluno da turma. Eu disse para minha mão que meus colegas eram mentirosos.
Nos quatro anos de ginásio sempre consegui ser o segundo da turma, pois tinha
um cdf que me superava. Mas eu era melhor que ele em matemática, ciências e
desenho. Foi um período que eu fiquei em paz comigo mesmo.
Em esportes coletivos eu
procurava sempre jogar bem. Joguei muito futebol na minha vida. Aprendi a jogar
basquete e vôlei. Mas sempre gostei de futebol. Sempre jogava para o time sem
querer aparecer. Minha posição predileta era a lateral direita. Eu tinha boa
velocidade, sabia cercar os atacantes e como elemento surpresa eu era ambidestro.
Chutava e dava passe com as duas pernas, o que confundia os defensores
adversários.
Nunca cheguei a ser chefe. Mentira! Fui Supervisor local da Emater-GO, quando só havia um extensionista no escritório: eu! Mas eu chefiava minha secretária, pessoal!!! No mais eu fui sub-chefe na Estação Experimental de Macaé, da PESAGRO-RIO.
Ser o segundo tem suas vantagens:
a) as cobranças são poucas. b) as pessoas não sentem inveja de você. c) Você
tem direito de dar palpites. Se for boa, talvez as glórias não recaiam sobre
você. Mas você não gosta de glórias. Se falar besteira, ninguém repara. d) Suas
sugestões são bem aceitas numa reunião, afinal você é o número dois! Quando implantada,
se der errado, não foi você que executou.
Aprendi a jogar xadrez com quatro
anos com um tio, que era tão fanático por xadrez, que anos mais tarde passou a
disputar torneios oficiais em São Paulo e depois Minas Gerais. Durante minha
juventude quando o cara era marrento eu ganhava no xadrez. Só de sacanagem. Mas
quando era pato, eu perdia. Para deixá-lo contente. Assim eu passei a não
gostar de participar de jogos individuais. Não gostava de perder e foiçava sem
graça quando ganhava. A não ser quando eram organizados torneios: fui vice em
um torneio de dominó entre estudantes brasileiros na Rússia. Fui vice-campeão no
único torneio de xadrez, disputado até hoje na cidade de São João D’Aliança, em
Goiás.
Eu era muito novinho quando
escolhi um time para torcer. Mas escolhi bem: ele foi duas vezes vice-campeão
mundial de clube, é atualmente vice-campeão brasileiro e vice-campeão da taça Guanabara.
Quem sabe não se torne vice na Libertadores, também?
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