sexta-feira, 9 de março de 2012

VICE POR VOCAÇÃO

Quando eu entrei para o jardim de infância, com seis anos, eu já era alfabetizado. Como fui o melhor aluno da turma no primeiro semestre, ganhei uma medalha. Mas tanto chorei e esperneei que deram a medalha para o segundo colocado. No início do segundo semestre me colocaram na primeira série. Chorei e esperneei e me deixaram no jardim. Um mês depois abandonei o jardim de infância, pois havia um complô para me prepararem para estudar na segunda série no ano seguinte.
Com sete anos minha mãe me matriculou na primeira série. Fiz bagunça o ano todo e orgulhosamente fiquei em segundo lugar na provas finais. No terceiro e no quarto ano, meus colegas de turma vieram dizer a minha mãe que eu tirava as melhores notas, e que eu era o melhor aluno da turma. Eu disse para minha mão que meus colegas eram mentirosos. Nos quatro anos de ginásio sempre consegui ser o segundo da turma, pois tinha um cdf que me superava. Mas eu era melhor que ele em matemática, ciências e desenho. Foi um período que eu fiquei em paz comigo mesmo.
Em esportes coletivos eu procurava sempre jogar bem. Joguei muito futebol na minha vida. Aprendi a jogar basquete e vôlei. Mas sempre gostei de futebol. Sempre jogava para o time sem querer aparecer. Minha posição predileta era a lateral direita. Eu tinha boa velocidade, sabia cercar os atacantes e como elemento surpresa eu era ambidestro. Chutava e dava passe com as duas pernas, o que confundia os defensores adversários.
Nunca cheguei a ser chefe. Mentira! Fui Supervisor local da Emater-GO, quando só havia um extensionista no escritório: eu! Mas eu chefiava minha secretária, pessoal!!! No mais eu fui sub-chefe na Estação Experimental de Macaé, da PESAGRO-RIO.
Ser o segundo tem suas vantagens: a) as cobranças são poucas. b) as pessoas não sentem inveja de você. c) Você tem direito de dar palpites. Se for boa, talvez as glórias não recaiam sobre você. Mas você não gosta de glórias. Se falar besteira, ninguém repara. d) Suas sugestões são bem aceitas numa reunião, afinal você é o número dois! Quando implantada, se der errado, não foi você que executou.
Aprendi a jogar xadrez com quatro anos com um tio, que era tão fanático por xadrez, que anos mais tarde passou a disputar torneios oficiais em São Paulo e depois Minas Gerais. Durante minha juventude quando o cara era marrento eu ganhava no xadrez. Só de sacanagem. Mas quando era pato, eu perdia. Para deixá-lo contente. Assim eu passei a não gostar de participar de jogos individuais. Não gostava de perder e foiçava sem graça quando ganhava. A não ser quando eram organizados torneios: fui vice em um torneio de dominó entre estudantes brasileiros na Rússia. Fui vice-campeão no único torneio de xadrez, disputado até hoje na cidade de São João D’Aliança, em Goiás.
Eu era muito novinho quando escolhi um time para torcer. Mas escolhi bem: ele foi duas vezes vice-campeão mundial de clube, é atualmente vice-campeão brasileiro e vice-campeão da taça Guanabara. Quem sabe não se torne vice na Libertadores, também?

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