Se da última vez escrevi sobre
aborto, hoje é o dia da eutanásia. Sinceramente, eu acho que morreria se na
hora “H” me tirassem os tubos! Humor negro à parte uma forte dor ou um grande
sofrimento nos leva a pedir a morte. Lembro-me que, uma vez, eu estava em uma
estação de metrô em Moscou, quando fui acometido por uma forte cólica. Senti o
ímpeto de me atirar debaixo do trem que já vinha vindo. Depois em um relance
percebi que era mais vantagem “fazer nas calças”. Por sorte havia um banheiro
público próximo à estação onde pude me aliviar.
Eu acredito que o estado
psicológico de uma pessoa pode mudar a cada momento. Uma pessoa que não esteja
sob um sofrimento físico intenso por todo o tempo, não pense em morrer todo o
tempo. Se uma pessoa não estiver sofrendo com dores muito fortes e não se sentir
asfixiada, não há motivos para se desejar a morte. Como morfina e anestésicos
controlam dores muito intensas e oxigênio, em alta concentração, diminui a
sensação de asfixia (se oxigênio não resolver o paciente terá morte cerebral!).
Pessoas que não consegue interagir com o mundo, mas pode percebê-lo, caso
receba ajuda de psicólogos, poderia mudar de idéia sobre seu desejo de morrer,
já que querer morrer é fruto de um estado depressivo devido à impotência
perante o mundo. Restam, então, os casos de pacientes que estão em coma
profundo, com fortes e irreversíveis lesões cerebrais, que os tiraram de sua
forma consciente. Será que eles sonham?
Será que estas pessoas deixam de viver uma vida real para viver em um mundo
virtual?
Não estou, aqui nesta postagem,
me colocar contra a eutanásia, mas acho que precisamos avançar do ponto de
vista técnico-científico para que um médico tenha condições reais de avaliar se
deve ou não deve abreviar a vida de um paciente em sofrimento. Por este motivo
nos países onde o aborto é permitido, mesmo nos países desenvolvidos, a eutanásia
é, normalmente, considerada crime.
Outra situação é quando um
paciente não tem mais condições de viver de forma natural, e nem haja esperança
de que isto aconteça. Não sou médico, não sou jurista e nem parlamentar para
ser obrigado a emitir opinião se a retirada dos tubos se constitui eutanásia ou
não.
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