À primeira vista o que se vê é o
abuso do rato. Como um miserável roedor tem a petulância de furtar um pedaço de
carne de uma avantajada onça? Mas olhando bem, podemos observar que o felino é
domesticado. Em seus olhos não se vê o orgulho e a altivez de ser um exemplar
de Panthera onca, o maior felino das Américas.
O maior predador do Brasil! Vê-se um animal resignado, quem sabe sofrendo de
baixa auto-estima. Porém é um animal bem tratado. Comida não lhe falta. Seu
pelo lustroso denuncia que não passa fome.
Ao ser tirado de seu habitat,
quem sabe ainda bebê, condenou-se a fazer o papel de um gatinho, embora de
grandes dimensões. Objeto de visitação pública. Nada daquele animal selvagem
que todos temem, que quando ele mia, até as árvores se encolhem de terror. Não
vive como o rei de um pedaço de dezenas de hectares da floresta, só permitindo
a entrada de fêmeas, mesmo assim se ela estiver no cio.
O rato é um animal livre, se
esconde em cada buraco fugindo dos predadores, mas é um animal livre. E agora
nada teme, pois tem uma onça como companheira. Uma onça com a auto-estima tão
baixa que se iguala a um rato. Mas mesmo assim uma onça!
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