Que Deus seja louvado por ter criado a
água! Os cientistas têm encontrado vida
nos lugares mais estranhos: onde não existe ar, onde falta luz, em lugares tão
quentes a ponto de derreter o chumbo, nas profundezas das geleiras eternas, mas
nunca onde a água está ausente. É bom
lembrar que em todos os desertos existe água no subsolo e há umidade no ar. E
sempre cai uma chuvinha, por mais rara que seja.
Boa parte da água utilizada no Brasil,
em seus diferentes usos, vem dos rios e dos córregos. Um córrego antes de
chegar a um rio passa por diferentes propriedades, que usa sua água para beber,
fazer comida, lavar, dar de beber ao gado e irrigar. O conjunto de propriedades
banhadas por um mesmo córrego e seus afluentes é chamado de “microbacia hidrográfica”.
Como já é sabido,
atualmente, muitos córregos vem secando, pois as pessoas, seja por necessidade,
ou por ambição, não têm cuidado muito bem da natureza.
Um fazendeiro rico desmata
milhares de alqueires em sua fazenda, enche de pasto e solta o gado lá dentro.
Pura ambição e egoísmo! Ele deveria saber que é a mata que segura a água da
chuva para não escorrer ladeira abaixo, fazendo enxurrada, levando toda a terra
preta, fértil, que vai entupir os rios, causando enchentes, destruindo cidades.
Por outro lado, a água não penetra dentro da terra, não é armazenada no lençol
d’água, diminuindo a vazão das cacimbas e das nascentes.
A mata
segura a água da chuva, que infiltra no solo, que aos poucos vai alimentando as
nascentes, que vão formar os córregos.
(Clique duas vezes em cima da figura)
A utilização do relevo também é algo a
ser considerada na utilização da propriedade. Os pecuaristas costumam colocar
seu gado para pastar nos lugares altos na época das chuvas (os meses de verão)
e nas várzeas durante o período de seca (os meses de inverno). O excesso de
gado, nas regiões altas, faz com que seja consumido mais pasto que o morro
suporta, e, agravado pelo pisoteio constante, torna a vegetação rala, sujeita à
erosão.
Por outro lado, as margens do córrego,
para formação de pastagens, perdem a vegetação original (mata ciliar), fazendo
com que toda a lama trazida pela chuva entupa o córrego, tornando-o cada vez
mais sujeito a secar em certas épocas do ano, ou causar inundações quando chove
demais.
Para evitar que falte água
na propriedade constrói-se um tanque ou açude na maioria dos estabelecimentos,
o que mostra a preocupação da comunidade em relação à importância da água. Porém a construção de muitas barragens poderá levar
o córrego secar na parte de baixo, levando muitos produtores rurais a se
conflitarem entre si (judicialmente ou pessoalmente).
No caso do fazendeiro rico, ele deve
ser punido por “crime ambiental”.
Mas
e o produtor familiar que tem pouca terra e não possui recursos para usar
técnicas modernas? Às vezes sente a
necessidade de desmatar boa parte da propriedade para plantar aquilo que se
come e cuidar da criação para ter o leite para os filhos e netos! Ele pouco
pode fazer sozinho, sem ajuda do governo. Se tiver que replantar a mata
ciliar e nas nascentes, conforme a lei manda e, ainda, reflorestar as áreas de
encosta, para evitar erosão, onde o produtor vai plantar sua lavoura? Onde seu
gadinho vai pastar?
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