quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

DISPONIBILIDADE DE ÁGUA X DESMATAMENTO



Que Deus seja louvado por ter criado a água!  Os cientistas têm encontrado vida nos lugares mais estranhos: onde não existe ar, onde falta luz, em lugares tão quentes a ponto de derreter o chumbo, nas profundezas das geleiras eternas, mas nunca onde a água está ausente.  É bom lembrar que em todos os desertos existe água no subsolo e há umidade no ar. E sempre cai uma chuvinha, por mais rara que seja.
Boa parte da água utilizada no Brasil, em seus diferentes usos, vem dos rios e dos córregos. Um córrego antes de chegar a um rio passa por diferentes propriedades, que usa sua água para beber, fazer comida, lavar, dar de beber ao gado e irrigar. O conjunto de propriedades banhadas por um mesmo córrego e seus afluentes é chamado de microbacia hidrográfica”.
Como já é sabido, atualmente, muitos córregos vem secando, pois as pessoas, seja por necessidade, ou por ambição, não têm cuidado muito bem da natureza.
Um fazendeiro rico desmata milhares de alqueires em sua fazenda, enche de pasto e solta o gado lá dentro. Pura ambição e egoísmo! Ele deveria saber que é a mata que segura a água da chuva para não escorrer ladeira abaixo, fazendo enxurrada, levando toda a terra preta, fértil, que vai entupir os rios, causando enchentes, destruindo cidades. Por outro lado, a água não penetra dentro da terra, não é armazenada no lençol d’água, diminuindo a vazão das cacimbas e das nascentes.
(Clique duas vezes em cima da figura)

A mata segura a água da chuva, que infiltra no solo, que aos poucos vai alimentando as nascentes, que vão formar os córregos.

 (Clique duas vezes em cima da figura)

A utilização do relevo também é algo a ser considerada na utilização da propriedade. Os pecuaristas costumam colocar seu gado para pastar nos lugares altos na época das chuvas (os meses de verão) e nas várzeas durante o período de seca (os meses de inverno). O excesso de gado, nas regiões altas, faz com que seja consumido mais pasto que o morro suporta, e, agravado pelo pisoteio constante, torna a vegetação rala, sujeita à erosão.
Por outro lado, as margens do córrego, para formação de pastagens, perdem a vegetação original (mata ciliar), fazendo com que toda a lama trazida pela chuva entupa o córrego, tornando-o cada vez mais sujeito a secar em certas épocas do ano, ou causar inundações quando chove demais.
Para evitar que falte água na propriedade constrói-se um tanque ou açude na maioria dos estabelecimentos, o que mostra a preocupação da comunidade em relação à importância da água. Porém a construção de muitas barragens poderá levar o córrego secar na parte de baixo, levando muitos produtores rurais a se conflitarem entre si (judicialmente ou pessoalmente).
No caso do fazendeiro rico, ele deve ser punido por crime ambiental”. 
Mas e o produtor familiar que tem pouca terra e não possui recursos para usar técnicas modernas? Às vezes sente a necessidade de desmatar boa parte da propriedade para plantar aquilo que se come e cuidar da criação para ter o leite para os filhos e netos! Ele pouco pode fazer sozinho, sem ajuda do governo. Se tiver que replantar a mata ciliar e nas nascentes, conforme a lei manda e, ainda, reflorestar as áreas de encosta, para evitar erosão, onde o produtor vai plantar sua lavoura? Onde seu gadinho vai pastar?

Nenhum comentário: