segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

METAMORFOSE OU MORTE!


Não estou parafraseando o brado supostamente proferido pelo príncipe regente de Portugal quando se decidiu pela independência do Brasil. Trata-se de uma citação do livro “O caminho da Esperança”, de Edgar Morin e Stéphane Hesselv (conforme o Blog “Tijolaço”, de Brizola Neto).
O certo é que se o sistema capitalista quiser tem uma sobrevida, terá que mudar seus paradigmas. Como sabemos o valor real de uma mercadoria é o trabalho social necessário para produzi-lo. O valor de uma mesa, por exemplo, é o somatório do trabalho necessário no corte e limpeza da arvore, na transformação da tora em tábuas, no transporte das tábuas e no processo de fabricação do móvel na marcenaria. A quantidade de dinheiro equivalente ao valor pode ser assim distribuída: remuneração dos trabalhadores envolvidos em toda cadeia produtiva; lucro das empresas envolvidas, impostos pagos, transferência de lucro para o comerciante vender a mercadoria e... juros bancários. A indústria recorre freqüentemente a financiamento para adquirir máquinas, instalações e matéria prima.
Quem precisa de uma máquina não vai guardar dinheiro no colchão até conseguir o suficiente para adquiri-la, vai financiá-la. E quem tem dinheiro sobrando vai aplicá-lo nos bancos para render.
Tudo seria bem ajustado ao longo do tempo se não houvesse uma tendência de cada vez mais o capital produtivo não se tornasse dependente do capital financeiro, de modo que cada vez maior parcela dos lucros do capital produtivo vai sendo drenada para o capital financeiro. Como os bancos não produzem mercadorias, as fábricas se vêm obrigadas a remunerar cada vez menos seus empregados ou investir em tecnologia para substituí-los, causando desemprego.
Porém mesmo assim ocorrem períodos em que as empresas que produzem mercadorias, não conseguem vendê-las, obrigando-as a comercializar por preços bem abaixo de seu valor real, causando enorme prejuízo, levando à falência parte delas. Toda vez que isso ocorre o sistema capitalista passa por uma espécie de metamorfose, mudando alguns de seus paradigmas. Nas décadas de 70 e 80 a tática era transferir a crise para os países do terceiro mundo. Nos últimos tempos os governos têm sido obrigados a intervir, contraindo enormes empréstimos a juros exorbitantes. Em troca os bancos centrais vendem “bônus do tesouro” de seus países, empurrando a dívida com a barriga. Hoje em dia a maioria dos governos do primeiro mundo, inclusive dos EUA, possuem dívidas impagáveis. Isto obriga estes países a uma política de austeridade financeira, semelhante ao que se fazia no Brasil no final do século passado.
Não tenham dúvidas que estamos perto de um “golpe”, que reformará todo sistema capitalista. Que tipo de metamorfose os donos do mundo, ou seja, o sistema financeiro internacional está planejando para a economia global? Se não houver um coelho debaixo da cartola todo sistema entrará em colapso, aí tudo pode acontecer: desde o “fim do mundo” à criação de uma sociedade solidária.
Peço aos economistas que me perdoem as diversas falhas que minha postagem venha a cometer. Devo lembrar que não sou economista. Apenas tento entender o mundo!

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