sábado, 21 de janeiro de 2012

A FLOR E O LUAR

- I -

 

Numa plantinha singela,

Cheio de mato ao redor,

Nasceu uma flor amarela,

Linda como ela só!

 

Vivia triste e calada,

Pensando na sua sorte.

Não vivia a vida, nem nada,

Nem tinha medo da morte.

 

Queria ser uma rosa

Para enfeitar algum jardim.

Sonhava, horas, chorosa,

Em conhecer um jasmim.

 

Olhava o mato em volta,

Fechava os seus olhinhos.

Ao mundo sentia revolta

Da falta de seus carinhos

 

O Som queimava-lhe a face,

O pó lhe fazia ferida.

Por mais que ela sonhasse

Não melhorava sua vida!

 

- II –

 

Na lua morava trinstonho,

Um belo raio de luar.

Só possuía um sonho:

Um dia poder amar!

 

Era muito pequenino

Aquele luar cintilante.

Metade era menino,

Metade era brilhante!

 

Vivia triste e sozinho,

Não tinha com quem brincar.

Ao menos um raiozinho

Com quem pudesse falar.

 

Numa cratera, sentado,

Naquele grande queijo,

Ficou muito tempo parado,

Pensando apenas em beijos!

 

Decidiu-se o luarzinho.

Resolve aceitar a guerra!

Põe-se, então, a caminho

De nossa querida terra!

 

- III –

 

Chagando ao nosso mundo,

O raiozinho de luar,

Procura em mares profundos

Uma sereia para amar.

 

Voltou, desapontado:

Eram todas orgulhosas!

Foi a um jardim encantado

Para conhecer uma rosa.


Procurou uma por uma,

Fez tudo isso em vão!

Não encontrou nenhuma

Para o seu pobre coração!

 

Procurou em muitas florestas,

Escalou as grandes serras.

Pouca coisa ainda lhe resta

Para conhecer nesta terra.

 

Um dia viu a florzinha,

E por ela se apaixonou!

Viu, então a pobrezinha,

Como ela se enganou!

 

- IV –

 

Um beijinho aconteceu,

Depois se notou um sorriso.

O mundo então tremeu:

Tornara-se um paraíso!...

 

As noturnas borboletas

Cochichavam da florzinha,

À coruja toda preta

E a uma alegre fuinha.

 

A noite caia sorrindo:

A flor se sentia feliz!

O céu estava tão lindo

Como o sonho que eu fiz!

 

Mas o dia então chegou.

Em orvalho tornou-se o luar.

A florzinha então murchou

De tanta tristeza chorar!...

 

Esqueça o final triste.

A flor do campo, p’ra mim.

Mais bela no mundo não existe,

Nem aquelas do jardim!...


















Nenhum comentário: