Garotinho, antes de ser governador, foi secretário de agricultura
do Estado do Rio de Janeiro. Sabia ele que a maior vocação agrícola das Regiões
Norte e Noroeste, em substituição à cultura do café (já extinta) e da cana-de-açúcar
eram a fruticultura tropical. Por este motivo lançou o programa FRUTIFICAR. Primeiramente
incentivou as culturas do abacaxi e do maracujá, por serem culturas de ciclo
mais curto e os louros poderiam ser colhidos antes do término de seu governo. Aconteceu
que os técnicos e pesquisadores da área agrícola do Estado advertiram que não
existia, no Estado, tecnologia para produção intensiva (irrigada) para estas
duas fruteiras. O motivo estava na presença de dois fungos aparentados que habitam
livremente nos solos fluminense: Os Fusarium
spp(s)! Os pesquisadores da
PESAGRO-RIO e da UENF foram alijadas do processo. Técnicos da EMATER-RIO, a
maioria dos quais não tinham experiência com estas fruteiras, foram treinados
por especialistas de fora de nosso Estado.
Passado algum tempo, os produtores que haviam recebido um
crédito de 2% ao ano, sem correção monetária, viram seus maracujazeiros
carregadinhos de frutos, ainda verde! A felicidade se estampava em seus olhos.
Alta produção e venda garantida: uma indústria de polpa compraria toda a produção.
Dias depois, desesperados viram uma por uma de sua plantas murcharem, e levarem
com els um promissora safra de frutos amarelos: A Fusariose e outros fungos de
solo, aproveitando-se da alta umidade provocada pela irrigação apodrecera o
colo das plantas (que é a região que liga o caule com a raiz). Se a PESAGRO-RIO
tivesse dado o treinamento os extensionistas da EMATER-RIO e dado um pouco de assistência
aos produtores, em parte este mal seria evitado: bastava plantar as mudas com
dois centímetros acima do nível do solo, de modo que o colo da planta ficasse
fora da terra, mantendo-se secos durante os intervalos entre as irrigações. Hoje
temos um porta-enxerto para maracujá que garante 100% de resistência contra
este fungo de solo. Mas todos têm medo de plantar maracujá!
Ao ser perguntado se havia tomado o suco de maracujá da Bela
Joana, um produtor respondeu: “Mará não tomei, não! Mas no resto já!”
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