Lúcia do mundo real de Alencar.
Você morreu, mas a maldição continua!
Lúcias, de hoje a cada dia a arrancar
Seu pão com suas belezas nuas!
Lúcia! Não podemos ajudá-la:
Vivemos em um morro de limo a subir.
Lúcia! Não podemos ampará-la,
Pois podemos também cair...
Lúcia! Tal como no romance:
Tão pura, tão doce, tão linda!...
Lúcia! Quando a olhei em um relance
Eu pensei ser vigem ainda!...
Lúcia! Tudo se aluga nesta sociedade:
Casa, carro, tudo que se quer.
Lúcia, para sua infelicidade
Aluga-se também uma mulher!
Lúcia! Teus cabelos, seu corpo, sua boca!
Amor assim de amor não pode se chamar!
Lucia! Pertence a todos! Que vida louca!
Que vida triste! Que vontade de chorar!
(Escrito em 1974 e adaptado em 2011)
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