sábado, 3 de dezembro de 2011

LUCÍOLA MODERANA




Lúcia do mundo real de Alencar.

Você morreu, mas a maldição continua!

Lúcias, de hoje a cada dia a arrancar

Seu pão com suas belezas nuas!

Lúcia! Não podemos ajudá-la:

Vivemos em um morro de limo a subir.

Lúcia! Não podemos ampará-la,

Pois podemos também cair...

Lúcia! Tal como no romance:

Tão pura, tão doce, tão linda!...

Lúcia! Quando a olhei em um relance

Eu pensei ser vigem ainda!...

Lúcia! Tudo se aluga nesta sociedade:

Casa, carro, tudo que se quer.

Lúcia, para sua infelicidade

Aluga-se também uma mulher!

Lúcia! Teus cabelos, seu corpo, sua boca!

Amor assim de amor não pode se chamar!

Lucia! Pertence a todos! Que vida louca!

Que vida triste! Que vontade de chorar!


(Escrito em 1974 e adaptado em 2011)

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