Parece
estranho a situação global: Quando acabou a era Bush muita gente fora dos EUA
ficou aliviado, esperançosos em tempos de paz. De fato, na visão de quem está
fora dos Estados Unidos, Republicanos e Democratas são quase iguais,
diferenciando-se apenas que os republicanos tem um apoio um pouco maior da
indústria bélica enquanto os democratas é mais simpático à indústria de bens de
consumo. Para os povos do Oriente Médio, dos países africanos, em eternas
guerras civis, ou mesmo as guerras não declaradas, ligadas ao tráfico de drogas,
na América Latina a saída de Bush seria realmente um alívio. Tudo seria atenuado com a entrada de um democrata. Porém
havia uma preocupação no ar: os democratas são ultra-protecionistas. Após um
período onde boa parte da América Latina, pautou-se por uma política econômica
mais independente, temíamos sofrer pressões, depois de oito anos de "descuido" da era Bush, para que
houvesse uma forte pressão dos "irmãos do Norte", para que atrelássemos nosso mercado ao deles. Inclusive com chantagens econômicas e protecionistas
para forçar o retorno da ALCA nas mesas de negociações da OEA.
Anos se
passaram e nada disso se viu. Porque? A idéia de Henry Ford "de que se os
empregadores rebaixassem os vencimentos demais, eles destruíram ao mesmo tempo
sua clientela, o que não é bom para o capital, e tampouco para o trabalho", só
funciona em um mercado fechado. Na fase imperialista do capitalismo, decidiu-se
por explorar os trabalhadores das colônias e dos países subdesenvolvidos e dar
condições um pouco melhor para os trabalhadores do primeiro mundo para que,
estes sim, consumissem.
E agora,
neste período de globalização do capitalismo?
O chefe
do Conselho de Trabalho e Competitividade do presidente Obama, Jeffrey Immelt,
que coincidentemente é o principal executivo da General Electric. Num encontro
de investidores em 6 de dezembro de 2002, ele declarou com entusiasmo que
“Quando falo com gerentes da GE, falo em China, China, China, China, China.” Em
outra ocasião ele teria afirmado: “Hoje nos posicionamos no Brasil, na China,
na Índia, porque é lá que estão os clientes.”
As
indústrias de bens de consumo descobriram uma válvula de escape para esta época
de crise. Construir uma forte sociedade de consumo nos países emergentes mais
populosos do mundo, como China, Índia, Brasil e Rússia.
Isto explica porque em alguns estados dos EUA o
número de pessoas abaixo da linha de pobreza vem aumentando, assim como porque
nos estados do sul
vem
aumentando o número de pessoas infectadas pelo mal de chagas, esquistossomose,
malária e outras enfermidades típicas do terceiro mundo.
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