Meu filho
de dezenove anos me perguntou se eu conhecia alguém que havia feito aborto. Eu
disse que sim. Que eram pessoas bem mais próximas do que ele pensava. Ele não
me perguntou mais nada. Conheço, sim. Não só pessoas sem religião, mas
católicas praticantes, que até hoje carrega dentro de si a culpa pelo infanticídio. Na verdade as mulheres tem dentro de si o instinto da maternidade e recorrem ao aborto em momento de muito desespero. A própria sociedade lhes impõe que aquele não é o momento de ter filhos e as pune severamente. Fazer ou não fazer, eis a questão!
De forma
absoluta, o conceito de certo ou errado só existe em dois casos: amor à
natureza (ou a Deus, que a teria criado) e o amor fraterno entre todos os seres
humanos. Nos demais casos este conceito depende da conveniência da sociedade
como um todo (muitas vezes impostos pelas classes dominantes).
Em quase
todos os países desenvolvido o aborto é permitido, a despeito de que em alguns
destes países a população estar diminuindo. Isto porque o direito sobre seu
próprio corpo aumenta o grau de liberdade da mulher e a possibilidade de
competir com os homens nos mais variados setores da sociedade.
Por algum
motivo a vida de uma pessoa é contada a partir do dia do nascimento e não da
concepção. Filosoficamente o corpo da criança antes de nascer pertence ao corpo
da mão. Se pensarmos diferente se teria que classificá-lo como parasita, pois é
um ser que “suga” o corpo da mulher. Ambas as afirmações levam a sofismar a
favor do aborto.
Na prática
o aborto foi e está sendo praticado por milhões de mulheres no Brasil, por
todas as classes sociais. As mulheres mais pobres recorrem as “fazedoras de
anjos”, que muitas vezes resultam na esterilidade e até na morte de milhares de
mulheres. Quase todas recorrem ao SUS devido a infecções uterinas.
Acredito
que levando em consideração que o Estado é laico, a questão do aborto pode sim,
ser reconsiderada pelo congresso. Só recorre ao aborto quem quiser e tiver a consciência
limpa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário