terça-feira, 6 de novembro de 2007

O GRANDE TERREMOTO

..........Há cinqüenta mil anos vivia uma tribo no coração da África. Já fazia dez gerações que haviam adotado o sedentarismo: abundava caça nas savanas, peixes se pegava com as mãos no grande rio, que jamais secava. As fruteiras nativas produziam o ano todo, sem distinguir estações. Para que migrar? Afinal tudo era dádiva de um grande Deus, que habitava não muito longe e protegia a tribo.
...........O grande Deus era na realidade uma formação rochosa com mais de vinte metros de altura, que lembrava um homem ajoelhado. Porém a proteção não era gratuita: a cada estação um jovem e uma donzela eram sacrificados. Quando alguma coisa desagradava o grande Deus o sangue de outros jovens era derramado.
...........Apenas o feiticeiro da tribo conversava com o grande Deus. Toda vez que acontecia uma desgraça, uma epidemia ou antes de participarem de uma pendenga com tribos vizinhas, o feiticeiro bebericava um chá de algumas ervas acendia uma fogueira com plantas aromáticas e batia um papo com o grande Deus.
............Durante o solstício de verão a tribo se reunia aos pés do grande Deus para uma grande festa em seu louvor. Nesta hora o grande Deus revelava os acontecimentos das próximas treze luas. As vaticinações geralmente eram bastante enigmáticas, dando margem a várias interpretações, porém naquele dia o grande Deus foi bastante claro: “NA SÉTIMA LUA HAVERÁ UM GRANDE TERREMOTO. NÃO SOBRARÁ PEDRA SOBRE PEDRA!”
.............Durante a sétima lua todos estavam preparados para o fim do mundo. Durante a noite a tribo se reunia, entoava cânticos e implorava clemência ao grande Deus. O feiticeiro, embora sem esperanças, ofereceu ao grande Deus seis jovens e seis donzelas, caso o terremoto poupasse a tribo. Mas não houve jeito: no dia de lua cheia um grande terremoto se abateu sobre a região. Todos procuram se abrigar da melhor forma possível. Na manhã seguinte os sobreviventes se reuniram na grande praça da aldeia. Foi um grande estrago. Teriam que reconstruir quase todas as palhoças. Porém , como por milagre, ninguém havia morrido.
............O feiticeiro da tribo convocou todos os moradores para uma grande marcha até a grande formação rochosa. Seis rapazes entre catorze e quinze e seis moças de onze a doze anos tinham as mãos amarradas e caminhavam corajosamente na frente do povo. Seus coraçõezinhos batiam. Não haviam morrido do terremoto, porém sucumbiriam em sacrifício.
.............Para grande espanto de toda tribo o grande Deus não existia mais: o terremoto havia desmoronado a grande imagem. “NÃO HAVIA PEDRA SOBRE PEDRA.” O GRANDE DEUS HAVIA MORRIDO! Os rapazes e as moças foram soltos.
............Daquele dia em diante não haveria mais sacrifícios. Com tanta mão de obra jovem, alguns pastoreavam os animais mais dóceis e outros passaram a cultivar as sementes das fruteiras mais saborosas. Foram dezenas de milênios de prosperidade!...
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Moral da história: A humanidade não vai acabar e muito menos destruir o mundo. Na realidade é o sistema burguês que está agonizando. Acredito em um futuro próspero em que todos viverão com dignidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

É de esperança que se vive. Afinal Marx não morreu!Nem Lenin. Eles que nos esperem! Ri melhor quem ri por último. Há, há, há!