sábado, 30 de maio de 2009

CASTELOS DE ILUSÕES

A Grande Consciência, aquela que detém a sabedoria dos séculos convocou os sábios para um simpósio. O que foi dito e o que foi tratado eu não saberia dizer, pois não me encontrava presente. Só sei dizer que foram solicitados a ajuda dos amigos, as esmeraldas da vida. Estes amigos, desfiando a onipotência do Universo caminharam mil noites e mil dias no deserto de seus próprios Eu Interior. Porém pó zero absoluto e o calor plasmático para nossa felicidade não os detiveram. E eis que um dia, além do horizonte, onde o Rei dos Céus faz sua morada, surge um imenso castelo onde o dois de paus se misturava ao ás de copas. Era o Castelo das Ilusões onde as coisas estavam onde não podíamos ver, porém tudo que víamos não estava realmente lá! O castelo era cercado por um imenso roseiral onde víamos as rosas, porém seus espinhos eram invisíveis. Os amigos heróis tentaram transpor a impenetrável floresta. Muitos desistiram, outros morreram. Mas eis que não mais que meia dúzia de determinados heróis, movido pela forças das idéias, chegaram a presença da Magna e Majestosa Rainha do Pensamento Universal, ao lado do Excelentíssimo Ministro da Verdade Absoluta, considerado tão sábio que ninguém ousava discordar. O líder dos novos argonautas ousou dirigir sua palavra à Sua Majestade:
“A Grande Consciência enviou-nos para avisar que se aproxima um grande cataclismo: A lavoura secará, o gado morrerá, as casas cairão, os rios hão de secar e seu castelo voará, carta por carta, rumo ao infinito. Até o pequeno Príncipe, que para Vossa Majestade será o futuro Rei, porém para o mundo não passa de uma criança, deixará de existir! Porém tudo isto ainda pode ser evitado: Uma grande obra será necessária, porém todos devem trabalhar e todos serão justamente remunerados pelo seu trabalho”.
A Rainha apavorada consultou seu Ministro da Verdade Absoluta. Este, de forma pausada, porém firme afirmou.
“Esta é a única forma de salvar a humanidade, porém não salvaremos a monarquia! Aconselho-vos a não tocar nos paradigmas”.
Sua Alteza, Rainha das Ilusões, mandou os amigos para o calabouço, onde todos morreram de sede e inanição.
Após alguns anos, numa noite, chegou o cataclisma...

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